segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

EXPECTATIVAS


                                                EXPECTATIVAS



      Analisando a atual conjectura que vive a humanidade, pude observar que a expectativa é um dos maiores alimentos que sem perceber, agregamos e cultuamos a pessoas ou coisas para as nossas vidas. 

       Sem sombra de duvida, podemos muitas das vezes estar alimentando nossas esperanças em algo que esta acima de nos, de certa forma fora de nosso alcance ou coisas irreais que alimentam interesse de outrem ou determinados grupos políticos, sociais, empresariais, etc.

        Por exemplo; a comemoração do Natal e do ano novo. Podemos observar que criamos umas series de expectativas em relação a estas datas. No natal, porque estamos celebrando o nascimento de Jesus Cristo, segundo a tradição cristã. E nesta data procuramos nos assimilar as palavras que este deixou em seu legado. E com isso somos mais fraternos, criamos boas inter-relações com as pessoas, etc.

        Mas, na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma antiga o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

         Segundo Pedro Paulo Funari, professor de historia e arqueologia da Universidade de Campinas (UNICAMP), a origem da comemoração e seus símbolos são muitos mais pagãos que cristão. Segundo Funari o natal é derivado de uma festa muito anterior ao cristianismo e ao calendário solar. De acordo com o pesquisador, os pagãos comemoravam na época do solstício de inverno (...) quanto ao cristianismo, a comemoração do nascimento de Jesus Cristo somente começou a ocorrer no século IV, quando imperador Constantino deu fim a perseguição contra essa religião. Os religiosos usam a comemoração pagã e a reveste com simbolismo cristão. Curiosamente, afirma o pesquisador, no final do mesmo século, como a igreja ganha poder, ela passa a perseguir os pagãos que comemoravam a festa na forma original.

        A troca de presentes é um ato comum a todos os povos independente de credo ou religião, e em muitas comunidades cristãs, por exemplo, a troca de presentes realiza quando se comemora o dia santo dos reis magos. Se buscarmos em algumas tradições esotéricas sobre o nascimento de Jesus Cristo, poderemos observar que este natalício ocorreu no equinócio vernal (21/03), assinala a entrada da primavera no hemisfério norte e no outono no hemisfério sul.

      Podemos perceber então, que varias pessoas participam das festas de natal, inclusive os ateus. E nem precisamos fazer um analise muito critico para perceber que esta festividade esta muito mais ligada a necessidade do capitalismo da atualidade, do que cultuar uma tradição, mesmo que se tenha consciência que ela esta ligada muito mais ao poder religioso, político e as culturas antigas.

         A figura do Papai Noel, por exemplo, ela esta associada a Santo Nicolau, mas se fazermos uma busca não muita apurada, encontraremos varias historias associadas a Papai Noel, mas se, quisermos ser um pouco mais críticos, poderemos perceber que o bom velhinho nada mais é que um símbolo capitalista de consumo. Dizem as más línguas, se é que não são boas, que quem criou essa bela figura foi a grande multinacional Coca Cola. 

       Quanto ao Ano Novo, as nossas esperanças estão mais agregadas, pelo ao fato, de se estar iniciando mais um ano administrativo, portanto, é compreensível que alimentamos nossas expectativas de vida em mais um ano que se inicia. Entretanto, também estamos alimentando as nossas esperanças em algo abstrato.

     Assim como as festividades de fim de ano e outras datas comemorativas, da religião, da política, da administração pública, etc. Criam expectativas por muitas vezes em nossas vidas que geralmente estão alem de nosso alcance pessoal. Podemos perceber que criamos sempre novas expectativas em torno de nossa vida pessoal e colocamos em  relação com algo ou pessoas.

       Quando acompanhamos uma determinada religião ela geralmente esta em acordo com nossos conhecimentos e fé. E assim, desenvolvemos nossas atividades dentro desta igreja ou credo, trabalhando para que esta cresça em números e capacidade física e que ela possa atender o maior numero possível de congregados. Com isso, acreditamos que estamos cumprindo com o nosso papel religioso junto a humanidade e a Deus. Criamos, portanto, uma expectativa espiritual para nós.

     Na política fazemos a mesma coisa e também em outras atividades do gênero humano, sempre criando expectativas. 

      Talvez a este ponto vocês possam estar questionando a onde eu quero chegar com este raciocínio. É muito simples, gostaria que o caro leitor analisasse que a maioria das expectativas que alimentamos sobre nos, na verdade estamos alimentando interesse de outrem, seja pessoas, grupos, religião, sistemas de governos, políticos, financeiros, etc. ou, também, a todos juntos.

    O Natal que citei é um exemplo clássico disso, mistura o interesse político, financeiro e religioso em um momento “mágico” do ano em uma atmosfera de festa, onde nossas expectativas são induzidas a falsos credos e tradições e principalmente ao consumismo. Ai eu questiono; o que tem Papai Noel a ver com Jesus Cristo? Porque agregaram ambos os personagens na mesma data? Ora, a resposta acredito, que mencionei acima. 

      Não percebemos, mas mesmo sem querer levamos uma vida de gado, ou seja, o sistema alimenta nos como querem e quando querem. Um exemplo disso é os “enlatados” americanos que nos enfiam “goela abaixo”, musicas filmes, moda, vestuário, etc. E qualquer modelo sobre essas atividades que tentamos criar aqui no Brasil, nada mais é ou será  que uma tendência americana e se esquecemos que devemos na verdade, criarmos o nosso próprio modelo de vida. Com isso podemos observar que modelo capitalista do mundo tem como seu maior  líder o Estados Unidos. 

      E quem alimenta este sistema somos nós através de falsas expectativas, atribuídas como nossas. Por isso, que devemos basear nossas expectativas em algo ou coisa que acreditamos plenamente como verdadeiras e que de fato podem ser alcançadas por nos.

     Devemos analisar profundamente as nossas metas, objetivos, ideais e se eles estão em consonância com a nossa capacidade e possibilidade. Se caso não existir esta compatibilidade, devemos reavaliar essas metas, objetivos e ideais e buscarmos a compatibilidade real. O que devemos ter em mente é que não podemos enganar a nos mesmos com coisas que fogem da realidade nossa. 

     Sabemos que a mente é criadora de pensamentos bons, ruins, verdadeiros, falsos, etc. Mas em nosso interior onde se aproximamos mais de nossa espiritualidade, encontra as respostas que precisamos para as nossas questões e para a nossa vida. 

     Portanto, devemos meditar orar, analisar, buscarmos o conhecimento das coisas, conforme nosso grau de compreensão, cultural, filosófico e espiritual, para assim criarmos de fato expectativas.

       Agora o que não podemos negar que independente de qualquer coisa, nessa época do ano se cria uma aura de espiritualidade. Isto acontece porque nossos pensamentos e sentimentos estão voltados as coisas boas da vida e espiritualmente se harmonizamos com a áurea de Yechua o Cristo Cósmico conforme tradições esotéricas ou Jesus Cristo o Redentor da humanidade conforma a tradição cristã.

 Então, nada impede de nos usarmos esse momento “mágico”, para se viver com alegria, amor fraternidade, solidariedade e alimentarmos nossas expectativas conforme nossa vontade. E também, por que não usarmos esta “magia” o tempo todo?

       Nosso Grande Mestre Jesus Cristo deixou para nos uma máxima que na verdade é uma lei espiritual que pode substituir qualquer outra, se conseguirmos praticarmos, que é; AMAI O PRÓXIMO COMO AMA A TI MESMO. Você consegue?...

       Se vocês gostam desta festividade, tenham sempre um Feliz Natal e um prospero Ano novo!

                              CARLOS AUGUSTO DE SOUZA


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