terça-feira, 7 de maio de 2013

OS SONHOS


                                                        OS SONHOS  


           
Os sonhos com seu caráter enigmático sempre foram e continuarão sendo um tema de busca de esclarecimento e conhecimento. Sabemos que desde primórdios dos tempos, os sonhos foram abordados de todas as formas e culturas entre os povos da terra. Os sonhos têm significados diferentes e acima de tudo, é uma experiência pessoal.

Na maioria das religiões e culturas é dado caráter premonitório aos sonhos, em algumas culturas os sonhos são considerados uma expansão da consciência.

Uma prática que vem desde tempos imemoráveis de várias civilizações é a divinação do futuro através da interpretação dos sonhos. Esta prática é conhecida como oniromancia ou brizomancia. A técnica consiste na análise minuciosa das figuras e fatos ocorridos por parte do oniromante que tece entre eles relações e teias de significado que são supostamente capazes de apontar acontecimentos em um futuro próximo.

A oniromancia tem grande credibilidade nas religiões judaico-cristãs: consta na Torá e na Bíblia que Jacó, José e Daniel receberam de Deus a habilidade de interpretar os sonhos. No Novo Testamento, José é avisado em sonho pelo anjo Gabriel de que sua esposa traz no ventre uma criança divina, e depois da visita dos Reis Magos um anjo em sonho o avisa para fugir para o Egito e quando seria seguro retornar à Israel.

No Islamismo, os sonhos bons são inspirados por Alah e podem trazer mensagens divinatórias, enquanto os pesadelos são considerados armadilhas de Satã.

Filósofos ocidentais eram céticos quanto ao tema religião e sonhos, por alegarem que não haveria controle consciente durante os sonhos, mas estudos recentes analisando movimentos dos olhos (REM) durante o sono mostram resultados cientificamente comprovados com sonhos lúcidos, que se contrapõem às teorias anteriores.

Pensadores, cientistas e matemáticos como René Descartes e Friedrich August Kekulé Von Stradonitz também tiveram em sonhos visões reveladoras. Descartes, em viagem à Alemanha, teve uma visão em sonho de um novo sistema matemático e científico. Kekulé propôs a fórmula hexagonal do benzeno após sonhar com uma cobra que mordia sua própria cauda. O grande pai da tabela periódica, Dmitri Mendeleiev, afirmou ter tido um sonho no qual era mostrado o modelo da tabela periódica atual.

Para a ciência os sonhos são experiências de imaginação do inconsciente durante o período de sono do ser humano. Geralmente os sonhos estão agregados a um desejo reprimido.

Os neurocientistas de modo geral, afirmam que o sonho é apenas uma espécie de tráfego de informação sem sentido que tem por função manter o cérebro em ordem.

Em 1900 com a publicação de A interpretação dos Sonhos, que Sigmund Freud deu um caráter científico à matéria. Naquele polêmico livro, Freud aproveita o que já havia sido publicado anteriormente e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do sonho, geralmente como a “realização de um desejo”. Para o pai da psicanálise, no enredo onírico há o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o significado), este último realmente importante. A fachada seria um despiste do superego (o censor da psique, que escolhe o que se torna consciente ou não dos conteúdos inconscientes), enquanto o sentido latente, por meio da interpretação simbólica revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes absurdos da narrativa.

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, baseado em experiências, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação. Ou seja, alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas que tentam demonstrar ao sonhador a necessidade de uma mudança de atitude.

Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicas interagem nos sonhos em um conflito que buscam levar ao consciente, conteúdos do inconsciente. Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a sombra (força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade). Esta última, nos sonhos, são os vilões. Um aspecto muito importante em se atentar nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e a oposição de ideias. Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individualização.

Ao contrário de Freud, as situações absurdas dos sonhos para Jung não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se expressar. Para Jung, há os sonhos comuns e os arquetípicos, revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.

A psicologia e a neurofisiologia tiveram grandes avanços no tema e tem buscado mostrar os significados do sonhar e dos sonhos. Mas, o que podemos observar é que ambas áreas da ciência, não conseguem explicar muitos aspectos do sonhar. A exemplo, os sonhos lúcidos, sonhos premonitórios também chamados de proféticos.

José Laércio do Egito é médico, formado pela Universidade Federal de Pernambuco em 1.959, com formação em clínica geral e cirurgia, tendo posteriormente buscado outras formas de tratamento como Acupuntura e Homeopatia. Autor de vários livros. E, em um texto sobre a Visão hermética de Sonhar ele comenta;...“A neurofisiologia não tem como explicar, por exemplo, um sonho tido por  Dmitri Mendeleiev, que o levou à descoberta da “tabela dos elementos” a  qual veio se constituir um modelo clássico em química. Uma descoberta pesquisador russo Mendeleiev foi muito importante e conforme ele declarou, ela apenas lhe foi mostrada através de um sonho.”... 

Existem muitas correntes de estudo, sobre os sonhos, mas, o que mais encontramos, quando buscamos fazer uma pesquisa sobre o assunto, é falsas teorias de caráter especulativo. Portanto, é fundamental termos um cuidado especial em nossas buscas de conhecimento sobre este tema.

Levando em conta a gama de pensamentos e correntes filosóficas e religiosas, bem como as cientificas, podemos concluir com esta busca particular, que devido as incongruências nessas vertentes, nos leva a entender o porquê de tantas especulações sobre este enigmático tema.

O surpreendente, é que em alguns de nossos sonhos são mostradas coisas que ainda não aconteceram, não foram ainda descobertas e muito menos a existências destas. Portanto, isto nos faz crer que estes sonhos tem o poder de solucionar nossos problemas pessoais e grandes enigmas em todos os campos de conhecimento da humanidade.

Todo o buscador deve buscar se aprofundar nos estudos sobre os sonhos, pois, eles contem grandes verdades que grande parte da humanidade ainda desconhece.



“Deus fala uma vez, e segunda vez não repete uma mesma coisa. Por sonho de visão noturna, quando cai sopor sobre os homens, e estão dormindo no seu leito, então abre os ouvidos dos homens, e admoestando-os lhe adverte o que devem fazer." 
Bíblia , Jó, 33-14.


“Somos feitos da matéria  dos sonhos.”
William Shakespeare


“Sonhar sempre, despertar sempre, mas para sonhar sempre!”
CARLOS AUGUSTO DE SOUZA




Fonte de informações: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonhos
EGITO, José Laércio do - Visão hermética de Sonhar. 2007

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