segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DEVEMOS NOS CALAR?


                              DEVEMOS NOS CALAR?

       Em uma leitura sobre quando falar e quando devemos nos calar foi mencionado um adágio popular “é melhor ficar em silencio e passar por ignorante do que falar e provar que se é ignorante”. Eu meditei sobre o assunto e fiz alguns questionamentos. E, entre eles, usei uma frase de Martin Luther King “eu não tenho medo dos gritos dos violentos, dos maus, mas sim, do silêncio dos bons.” Qual atitude a tomar a este respeito, quando a pessoa faz parte do contexto político e social de uma determinada comunidade, independentemente de sua grandeza político-administrativa? Calar e aceitar os conluios realizados pelos gestores políticos administrativos para também se beneficiar no contexto ou para não criar animosidades interpessoais, ou, ainda, ser considerado ignorante? O silêncio deve permanecer nessa ocasião? Na situação em pauta, devemos também fazer outras indagações: Será que estou entendendo bem? Será que estou apenas supondo que essas circunstâncias adversas existem? Pretendo criar, raiva, curiosidade, compaixão ódio ou amor? Ou simplesmente quero que os outros recebam informações através do que digo, ou quero que ajam e, nesse caso, como eu quero que eles ajam? Realmente quanto mais questionamento se fizer mais questões surgirão.
       Devemos levar em conta que quando uma pessoa faz parte de uma comunidade e exerce certa liderança, ou, no mínimo, é formador de opinião, ele tem de ter uma postura ética e imparcial para discutir ou comentar qualquer situação, mesmo quando a situação é adversa a si mesmo. E nesse caso, o bom senso deve prevalecer, pois quando buscamos o bem comum, devemos saber que as palavras que vamos professar criarão uma ação favorável ou não para a(s) pessoa (s) envolvida (s) nesse processo. Com certeza, as palavras a quem se dirigem ou vêm atingir provocarão uma reação imediata. E se esta pessoa for mantedora de algum poder, e não tiver o equilíbrio necessário para a recepção das palavras terá ai uma grande possibilidade de ela querer que sua vontade prevaleça como a verdade absoluta e, então, sua retaliação será, no mínimo, equivocada. Quando a situação chega a esse ponto, muitos recuam ou calam-se para evitar um embate prejudicial para si, para o bem comum, ou mesmo, até para se evitar uma “guerra”. E, quando isso acontece, as mentiras, os conluios manterão essas pessoas como donas da verdade, favorecendo-as e causando prejuízos incalculáveis para a sociedade. Temos vários exemplos a este respeito estampados diariamente nos jornais. A questão então é: devemos nos calar? Devemos continuar calados? Não! Veementemente, acredito que não! Porque se quisermos fazer valer os valores éticos e os bons costumes, devemos levantar um brado de renegação ou até mesmo de ojeriza contra as más palavras e as más ações dessas pessoas. Devemos levar em conta que se não sacrificarmos algumas coisas, principalmente, as que dizem respeito ao nosso ego e ao nosso bem-estar; com certeza, não estaremos prontos para tal embate, pois este é desgastante, e exige uma grande capacidade de equilíbrio psicoemocional e pleno conhecimento de causa. Nunca é demais lembrar  que só devemos defender algo que realmente esteja dentro dos padrões morais e do bem estar comum e em consonância com o nosso ideal.
       Ao bem da verdade, devemos nos preocupar com as palavras, pois, assim como as ideias, elas são poderosas. São como sementes das quais podem germinar grandes discórdias; ou, podem ser ainda lâminas que retalham o caráter de pessoas ou incitar histerias em massa. Existe, portanto, momentos que devemos ficar em silêncio. E esperar o momento oportuno para se falar. Em alguns momentos, o silêncio é a arma mais forte que existe. E também, ele é o intervalo entre o pensar, falar e agir. Devemos meditar sempre antes de falar e agir. Devemos estar cônscios de nossas responsabilidades. E não devemos querer agir e falar como um super-herói querendo defender os fracos e oprimidos, mas, sim assumir a responsabilidade que nos cabe no contexto social que vivemos. E se cada um assumir sua responsabilidade dentro do que lhe cabe neste contexto e juntarmos todas estas potências, formaremos uma grande força humana lutando por um bem comum. Existe um ditado que diz: “Ninguém é mais forte que todos nós, juntos”.
       Nós somos resultado de uma tríade: pensamento, palavra e ação. Portanto, devemos: pensar bem, falar bem, e agir bem. Com isso, devemos entender que podemos escolher o que vamos plantar, mas a colheita é obrigatória.
       Plantemos, pois, boas sementes em nossos pensamentos, nas nossas palavras, e, em nossas ações para que possamos colher o fruto de uma sociedade melhor para toda a humanidade.
       “QUE AS PALAVRAS SEJAM AS SEMENTES DA PAZ”
                                                                              
                              CARLOS AUGUSTO DE SOUZA

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