segunda-feira, 23 de maio de 2016

SILÊNCIO PROFANO

SILÊNCIO PROFANO


Enquanto me calo o silêncio vai falando por mim.

Com o meu silêncio muitas verdades ficam ocultas.

Muitos sonhos não viajam nas palavras que o vento leva.

Com meu silêncio os covardes se tornam valentes e os valentes silenciam de seus atos de bravuras.

Com meu silêncio o tempo não para e a vida continua.

 Com meu silêncio nada acontece.

 Nem você vem para perto de mim.

Com meu silêncio não escuto as musicas suaves de cantos mil.

Com meu silêncio somente ouço a voz de meu consciente tentando adormecer meu inconsciente.

Com meu silêncio já não ouço mais você.

Com meu silêncio nada mais faz falta para mim a não ser a solidão.

Com meu silêncio as palavras outras já não são audíveis.

Com meu silêncio já não me encontro mais aqui.

Com meu silêncio vejo a minha volta a vitoria da ignorância.

Com meu silêncio sem a oração do coração, vivo o magistério da compreensão tola.

Com meu silêncio não compreendo o grito dos náufragos.

Com meu silêncio estou a voltas com uma multidão sem voz.

Com meu silêncio já não vejo mais você.

Com meu silêncio tudo acaba nas mais tolas palavras.

Com meu silêncio já não existo naquilo que busco.

No meu silêncio tudo é a mais pura ilusão.

No meu silêncio deparo na escuridão das vozes que não falam.

Com meu silêncio já não sinto você.

No silêncio tudo acontece e nada existe... Tudo vive e nada é... A voz é muda e nada muda...

Tudo vive ou morre e nada acontece neste silêncio profano!


CARLOS AUGUSTO DE SOUZA



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